Rastreador GSM, Satelital, Híbrido e Radiofrequência. Entendendo as diferenças técnicas.
- jairoabreu
- 28 de jul. de 2016
- 4 min de leitura

É comum ouvirmos falar de novas tecnologias, de produtos revolucionários, com duração de bateria quase infinita, etc, etc, etc. Estas propagandas, muitas vezes enganosas é o que me motivou a escrever esse post. Além de tentar desmistificar algumas dessas falácias, já vou aproveitar e falar das diferentes tecnologias disponíveis atualmente no mercado e seu entendimento.
Começando com a tecnologia mais difundida, temos o rastreador GSM, então, vamos lá:
Rastreador GSM/GPRS:
Sendo bem simplista, um rastreador GSM nada mais é que um receptor GPS acoplado a um celular (modem GSM), programado para enviar informações a um servidor de tempos em tempos ou quando solicitado. Basicamente o que acontece num rastreador dito GPRS ou GSM é a obtenção dos dados de satélites, a maioria dos rastreadores utilizam a constelação GPS, mas já existem modelos que utilizam as constelações Beidou, Glonnas e Galileo. No meu post sobre GPS você poderá entender mais sobre os tipos de posicionamento global existentes hoje. Voltando ao rastreador GSM, após receber as informações de geoposicionamento provenientes do GPS, o processador organiza essas informações, soma a outros dados coletados do veículo e envia para um servidor via conexão GPRS, utilizando a rede GSM existente. O encapsulamento normalmente utilizado é TCP, UDP ou em raros casos HTTP.
Clicando aqui, você poderá obter mais informações em outro post meu sobre rastreador GSM, inclusive com análise sobre seus componentes.
Rastreador Satelital:

Da mesma maneira que o rastreador GSM/GPRS, os dados de geoposicionamento são obtidos pelo GPS, porém, ao invés de enviar estes dados ao servidor através da rede GSM, os dados são enviados através de outras constelações de satélites destinados ao tráfego de dados. Temos algumas possibilidades aqui: Satélites de alta órbita, de média órbita e de baixa órbita. O que cada um significa? Aaaah, isso é assunto para outro post. Vou apenas citar algumas empresas por curiosidade: Inmarsat->Skywave, Iridium (66 satélites de baixa orbita) e GlobalStar (24 satélites de baixa orbita). A grande vantagem dos rastreadores satelitais é a cobertura. É possível atravessar o oceano atlântico, por exemplo, sem perder posição. Por outro lado, são equipamentos difíceis de esconder e com custos de implantação e operação elevados. Algumas tecnologias oferecidas atualmente tem custos mais acessíveis, comparado até à tecnologia GSM, mas não oferecem as mesmas funções, como é o caso dos sistemas Simplex, onde o rastreador apenas envia informações, não sendo possível nenhum tipo de ação remota sobre o veículo.
Rastreador Híbrido:
Nada mais é do que a junção das duas tecnologias citadas acima no mesmo aparelho ou em aparelhos separados. A lógica é simples: Tem sinal GSM? Se sim, envia as informações via rede GSM, se não, envia as informações via satélite. Dessa maneira é possível diminuir os custos de transmissão satelital, já que o valor cobrado é diretamente proporcional ao tráfego de dados.
Rastreador RF:

É um modelo de rastreamento peculiar e restrito. É praticamente de uso exclusivo em casos de segurança. O funcionamento é o seguinte: O rastreador fica em modo de espera até receber um comando (via RF ou em alguns casos via GSM), assim que o comando é recebido, o modo "SOS" é acionado e começa a enviar sinais de Radiofrequência enquanto uma equipe tenta localizar o rastreador/veículo com um receptor, que indica a proximidade baseado na potência do sinal recebido e na direção em que esse sinal é adquirido. Eu disse acima que o modo "SOS" pode ser acionado via GSM, pois alguns modelos, além da antena RF, possui um modem GSM, que pode se comunicar com um servidor remoto de tempos em tempos. Outros "gatilhos" podem acionar o modo "SOS", como por exemplo detectores de Jammers (bloqueadores de sinal), botão de pânico ou até mesmo quando o equipamento detecta que está em área de risco pré definida (se equipado com GPS). Uma aplicação bem comum desta tecnologia é na recuperação de cargas, onde "iscas" são colocadas dentro de mercadorias de alto valor agregado e no caso de roubo, podem ser localizadas através de buscas com receptores em campo.
A vantagem deste tipo de rastreador restringe-se à dificuldade de ação dos Jammers, pois cada fabricante pode usar uma frequência distinta, já que não existe um padrão de mercado. Alguns Jammers já geram ruído na frequência de algumas marcas conhecidas, com é o caso da LoJack, que trabalha na frequência VHF de 173.075Mhz. A desvantagem é que não existe histórico de posições do veículo ou outras informações como ocorre nos satelitais e GSM, já que o equipamento fica "inativo" até que seja ativado por algum gatilho. Outra desvantagem nesta tecnologia é a necessidade de grande estrutura para recuperação dos ativos, já que as antenas, em geral, tem potência para enviar sinal apenas até algumas centenas de metros.
Concluindo:
Não existe tecnologia melhor ou pior, o que temos são aplicações distintas para cada tipo de equipamento. Precisa de telemetria e informação em tempo real? Vá de GSM. Não pode ficar sem posição em áreas de sombra? Vá de satelital. Agora se precisa aumentar as chances de localizar o veículo/carga em caso de sinistro e dispõe de equipe externa, vá de RF :).
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